Bem vindo a este lugar

"Seja como for o que penses, creio que é melhor dizê-lo com boas palavras."

(William Shakespeare)

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

ADEUS ... OU MELHOR A DEUS, POIS PARA ELE QUE VOCÊ VOLTOU!

Para Zilda Arns

ÀQUELA QUE ACREDITOU NA VIDA ... SEMPRE.

— Severino retirante,
deixe agora que lhe diga:
eu não sei bem a resposta
da pergunta que fazia,
se não vale mais saltar
fora da ponte e da vida;
nem conheço essa resposta,
se quer mesmo que lhe diga;
é difícil defender,
só com palavras, a vida,
ainda mais quando ela é
esta que vê, severina;
mas se responder não pude
à pergunta que fazia,
ela, a vida, a respondeu
com sua presença viva.
E não há melhor resposta
que o espetáculo da vida:
vê-la desfiar seu fio,
que também se chama vida,
ver a fábrica que ela mesma,
teimosamente, se fabrica,
vê-la brotar como há pouco
em nova vida explodida;
mesmo quando é assim pequena
a explosão, como a ocorrida;
mesmo quando é uma explosão
como a de há pouco, franzina;
mesmo quando é a explosão
de uma vida severina.

(João Cabral de Melo Neto)

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

NOSSA SENHORA MÃE DOS HOMENS



Esta é a padroeira de minha cidade.
Nossa Senhora Mãe dos Homens.
Uma das mais belas imagens de Maria que já vi.
Aproveito o poema do Fernando para apresentar para alguns de vocês.

PERFUME DAS ROSAS

Ave, Senhora!
Tão lindas palavras leio sobre Tua beleza
que ardeu em meu peito ordenar também belas palavras a Ti!

De predestinação singularíssima,
decretada num mesmo decreto que Teu Divino Filho,
não me vem outro pensar,
ao ver a delicadeza das flores,
senão que a inspiração Divina colheu razões na Tua incomparável existência.

De rosas espinhosas compõem-se nossos jardins.
Teus vales, contudo, dotados de rosas místicas são,
regadas por nossas lágrimas!
Eis que o perfume que delas sinto
é a Tua própria santidade
exalada docemente em forma de Graça!
Ave, gratia plena!

Agora entendo quando os passarinhos cantam harmonicamente por entre as árvores!
Ou quando nossa atenção facilmente se volta para as folhas vibrantes das plantas
durante uma ventania!
É a Criação saudando a Rainha do Céu e da terra!
E eu também Te saúdo:
Ave, Regina!

Fernando Miyashiro Silva

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

FOLIA DE REIS EM PORTO FELIZ/2009



QUE VENHA A DE 2010!!!!

OURO, INCENSO E MIRRA

Irmãos e irmãs, Paz de Belém !


“E a estrela, que tinham visto no Oriente, ia adiante deles, até parar sobre o lugar onde estava o menino. Ao verem de novo a estrela, os magos sentiram uma alegria muito grande. Quando entraram na casa, viram o menino com Maria, sua mãe. Ajoelharam-se diante dele, e o adoraram. Depois abriram seus cofres e lhe ofereceram presentes: ouro, incenso e mirra” (Mt. 2, 9-11).

Por que os Reis Magos deram esses presentes a uma criança “recém nascida”, o menino-Deus? O que uma criança poderia fazer e como usar esses presentes? Para que eles servem e o que significavam? Vejamos, “an passant”, a definição e uso de cada um dos objetos presenteados.

Ouro. Metal precioso, de grande valor, como todos nós sabemos. Os Hebreus usavam o ouro em muitos dos utensílios mais importantes usados no Tabernáculo e no Templo. Tradição, que herdamos, em vigor até os tempos atuais, em nossas igrejas e em peças mais significativas. Exalta a grandeza e divindade do Senhor.

Incenso. Resinas e especiarias de odor suaves, tiradas de árvores, e que, em geral são queimadas com outras substâncias para tornar a fumaça mais grossa e o cheiro mais suave. A fumaça do incenso, que sempre sobe para o céu, sugere naturalmente, aos homens a direção da prece a Deus. O Apocalipse fala de um anjo que oferece incenso a Deus com “as orações de todos os santos sobre o altar de ouro” (Apc 8,3).

Mirra. Substância aromática de forma líquida ou sólida, obtida da resina de um arbusto balsâmico da Arábia. Misturada com vinho, servia como um anódino para mitigar os sofrimentos, como a usaram com Cristo no Calvário (Mc. 15,23).

Com efeito, refletindo a vida de Nosso Senhor Jesus Cristo, percebemos que os presentes foram significativos e necessários, até a sua morte no calvário.

Neste sentido, também, de maneira semelhante, recebemos e vivemos estes presentes na nossa vida de franciscanos seculares.

O Primeiro presente, o ouro, está contido e é o nosso “Modo de Vida” que nos legou São Francisco, que é a nossa luz principal, o nosso ouro, que é a nossa REGRA, aprovada pela Igreja, que define o nosso CARISMA, a nossa SECULARIDADE.

A “índole secular caracteriza a espiritualidade e a vida apostólica dos franciscanos seculares”, vivendo no mundo e pertencendo a duas realidades: à Igreja e à sociedade. Neste sentido, podemos muito bem usar a bela figura que fez S. Francisco, no diálogo com a “Senhora Pobreza”, descrita no “Sacrum Comercium”: “O nosso Convento é o Mundo e a cela da alma, é o nosso corpo”.

O segundo presente é a vossa Vocação, o nosso “incenso”, como resposta-oferta ao chamado de Deus, que é a nossa maior graça, como escreveu Santa Clara em seu Testamento: “A maior de todas as graças que recebemos, e que cada dia recebemos de novo do Pai de toda misericórdia, é a nossa vocação que, quando maior e mais perfeita, mais a Ele é devida” (Test. Sta. Clara 1).

Devemos fazer essa oferta a Deus através de uma vida de família, no trabalho, no encontro com os homens, na presença e participação na vida social e no relacionamento fraterno com todas as criaturas. Ainda, através de uma vida de oração, que nos leva a Deus, como verdadeiros adoradores do Pai, ofereçamos as nossas vidas como incenso a Deus. Vivendo a nossa vocação, procurando ser perfeitos como o Pai do Céu é perfeito, nos tornamos um “Alter Cristus”, para a glória de Deus.

O terceiro presente que nós recebemos é a Fraternidade, a nossa “mirra”. São Francisco resgata o modo de vida dos primeiros cristãos e torna realidade a vida Evangélica. A Fraternidade para nós é, como dizia nosso saudoso Papa Pio XII, “uma verdadeira escola de santidade, de genuíno espírito franciscano”.

Como “escola”, vivida em sua integralidade e autenticidade, é a nossa “mirra” onde, como irmãos e irmãs da Penitência, aprendemos a viver em espírito de conversão permanente, as práticas penitenciais, como o jejum e a abstinência, aprendemos a sentir compaixão com os “leprosos” de hoje, a aliviar nossas dores, é onde aprendemos a ser solidários uns com os outros, onde, também, bebemos da “água viva” e nos alimentamos do “pão da vida”, para irmos pelo mundo.

Irmãos e irmãs, vivendo a nossa “epifania,” com os presentes que Deus nos deu: o nosso ouro=Regra, o nosso incenso=vocação e a nossa mirra=fraternidade, nos sentiremos encorajados a prosseguirmos a vocação franciscana.

Do irmão em Cristo, Francisco e Santa Clara,



Rosalvo G. Mota, OFS

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

ECO ECO ECO ECO ECO .....

Impressionista

Uma ocasião,
meu pai pintou a casa toda
de alaranjado brilhante.
Por muito tempo moramos numa casa,
como ele mesmo dizia,
constantemente amanhecendo.

Adélia Prado

Mais uma imagem do Natal

Código de Ética dos Índios Norte-Americanos

Levante com o Sol para orar.
Ore sozinho. Ore com freqüência.
O Grande Espírito o escutará, se você ao menos, falar.

Seja tolerante com aqueles que estão perdidos no caminho.
A ignorância, o convencimento, a raiva, o ciúme e a avareza,originam-se de uma alma perdida.
Ore para que eles encontrem o caminho do Grande Espírito.

Procure conhecer-se, por si mesmo.
Não permita que outros façam seu caminho por você.
É sua estrada, e somente sua.
Outros podem andar ao seu lado, mas ninguém pode andar por você.

Trate os convidados em seu lar com muita consideração.
Sirva-os o melhor alimento, a melhor cama e trate-os com respeito e honra.

Não tome o que não é seu.
Seja de uma pessoa, da comunidade, da natureza, ou da cultura.
Se não lhe foi dado, não é seu.

Respeite todas as coisas que foram colocadas sobre a Terra.
Sejam elas pessoas, plantas ou animais.

Respeite os pensamentos, desejos e palavras das pessoas.

Nunca interrompa os outros nem ridicularize, nem rudemente os imite.
Permita a cada pessoa o direito da expressão pessoal.

Nunca fale dos outros de uma maneira má.
A energia negativa que você colocar para fora no universo,voltará multiplicada a você.

Todas as pessoas cometem erros.
E todos os erros podem ser perdoados.

Pensamentos maus causam doenças da mente, do corpo e do espírito.
Pratique o otimismo.

A natureza não é para nós, ela é uma parte de nós.
Toda a natureza faz parte da nossa família Terrenal.

As crianças são as sementes do nosso futuro.
Plante amor nos seus corações e ague com sabedoria e lições da vida.
Quando forem crescidos, dê-lhes espaço para que cresçam.

Evite machucar os corações das pessoas.
O veneno da dor causada a outros, retornará a você.

Seja sincero e verdadeiro em todas as situações.
A honestidade é o grande teste para a nossa herança do universo.

Mantenha-se equilibrado. Seu corpo Espiritual, seu corpo Mental,seu corpo Emocional e seu corpo Físico: todos necessitam ser fortes, puros e saudáveis.
Trabalhe o seu corpo Físico para fortalecer o seu corpo Mental.
Enriqueça o seu corpo Espiritual para curar o seu corpo Emocional.

Comece sendo verdadeiro consigo mesmo.
Se você não puder nutrir e ajudar a si mesmo, você não poderá nutrir e ajudar os outros.

Respeite outras crenças religiosas.
Não force suas crenças sobre os outros.

Compartilhe sua boa fortuna com os outros.
Participe com caridade.

CONSELHO INDÍGENA INTER-TRIBAL NORTE AMERICANO
Deste conselho participam as tribos : Cherokee Blackfoot, Cherokee,
Lumbee Tribe, Comanche, Mohawk, Willow Cree, Plains Cree, Tuscarora,
Sicangu Lakota Sioux, Crow (Montana), Northern Cheyenne (Montana)

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

ATRASADA...MAS NA MEDIDA!! FELIZ 2010!!!

Esperança

Mário Quintana


Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano
Vive uma louca chamada Esperança
E ela pensa que quando todas as sirenas
Todas as buzinas
Todos os reco-recos tocarem
Atira-se
E
— ó delicioso vôo!
Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada,
Outra vez criança...
E em torno dela indagará o povo:
— Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes?
E ela lhes dirá
(É preciso dizer-lhes tudo de novo!)
Ela lhes dirá bem devagarinho, para que não esqueçam:
— O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA...


Texto extraído do livro "Nova Antologia Poética", Editora Globo - São Paulo, 1998, pág. 118.