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"Seja como for o que penses, creio que é melhor dizê-lo com boas palavras."

(William Shakespeare)

domingo, 15 de novembro de 2009

MINHA IRMÃ DOENÇA

Doença que me acompanha,
Chamo-a irmã porque veio e, pude repensar minha vida.
Chamo-a irmã porque me trouxe paciência que antes não tinha.
Através de você estou conhecendo um mundo diferente, o da dependência, que me faz valorizar mais o outro,
Chamo-a irmã porque através das limitações mudei meu dia a dia.
Agora faço mais companhia a mim mesma e me avalio mais, e vou me aproximando mais do meu interior.
Fico mais em casa abençoando as amplas janelas de onde descortino a natureza que Deus nos deu.
Tenho tempo de ver o céu que muda e muda de nuances.
Às vezes azul, azulzinho outro avermelhado, dourado!
Brinco com as nuvens que viram desenhos dos mais variados.
Saúdo o sol que banha meu quarto trazendo um calorzinho gostoso que me aquece a alma.
Despeço-me dele que através das montanhas vai sumindo deixando um rastro brilhante.
À noite vejo as estrelas piscando e ponho-me a procurar alguma cadente, para fazer um pedido.
Mas pedir o que afinal?
Para mim? Nem sei; já tenho tudo, a vida que Deus me deu, a família que me ama e ampara, os amigos que me rodeiam, que me animam, que choram e riem comigo.
Doença amiga chamo-a irmã, porque veio e não quis mais me deixar.
Porém se algum dia você for embora, se acontecer o milagre de minha cura, quero dizer-lhe que nunca a maldisse, quero dizer-lhe que com você aprendi muitas coisas...
E se acaso você ficar para sempre comigo iremos de mãos dadas empreender a grande viagem e veremos então que tudo valeu a pena porque conseguimos driblar os que queriam que você me derrubasse.
E permaneceu em mim a fé em meu Criador.

Vitória Loríggio Borelli – Franciscana da OFS de Guaratinguetá
( Publicada no FRATERNINHO – Informativo da Ordem Franciscana Secular – Região Sudeste III – SP) Janeiro/Fevereiro de 2006

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