Protege-me, Brasil, dos olhos gordos
que os malfeitores vem botando em mim,
desrespeitando todos os acordos
e a ordem natural deste jardim...
Livra-me as veias dos mortais venenos
que injetam nestes rios de águas claras
os invasores tristes e obscenos,
a cata de metais e pedras raras...
Ajuda-me a manter todos os bichos
indispensáveis às sobrevivências
que vêm servindo, mortos nestes nichos,
de talismãs em finas residências...
Replanta-me, Brasil, todos os dias,
põe-me depressa a me reproduzir:
são móveis, são degraus, escadarias
altares de consumo a me exaurir...
Conserva-me com todas estas cores,
estes meus tons, talvez desconhecidos,
que guardo em folhas, frutos e nas flores
o pão que servirá aos desvalidos.
Socorre-me é fatal a hemorragia
e a seiva escorre e perde-se no mar...
Do lenho que é sangrado todo dia
será impossível produzir o Ar...
Acolhe-me, Brasil, no teu regaço
como a mais bela flor do Éden puro...
Que não me falte a força do teu braço
a conduzir-me em Paz pelo Futuro!
Protege-me, Brasil, dos olhos gordos
E da ganância do nariz do Mundo!
Poema de Ana Cecília Ferri Soares
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